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A TAXA DE GRAVIDEZ DE UM CICLO DE FIV/ICSI SUPERA OS 50%, MAS DEPENDE MUITO DA IDADE DA MULHER E DAS CIRCUNSTÂNCIAS DE CADA CASAL.
É uma técnica de reprodução assistida indicada em casos de fator tubárico-peritoneal (obstrução ou aderência das trompas de Falópio), endometriose de grau moderado ou severo, fator masculino moderado ou severo, idade materna avançada e depois do fracasso de inseminações.
O objetivo é aumentar ao máximo as possibilidades de gestação através da realização de uma estimulação ovárica controlada utilizando hormonas folículo-estimulantes, para que no ovário se desenvolvam vários ovócitos (óvulos). Este processo dura aproximadamente 10 dias, durante os quais é levado a cabo um seguimento do crescimento folicular através de ecografias e análises hormonais.
No momento certo de maturação, os ovócitos são recuperados do ovário, através de punção e aspiração, via transvaginal. Este processo, apesar de ter uma breve duração, é realizado no bloco operatório e sob sedativo anestésico. A recuperação da paciente é rápida e tem alta passadas umas horas.
Os ovócitos recuperados são levados para o Laboratório de Embriologia, onde são lavados e inseridos num meio de cultivo e em condições ambientais adequadas, à espera de serem fecundados.
O PROCESSO DE FECUNDAÇÃO CONSISTE NA UNIÃO DOS DOIS GÂMETAS, O FEMININO OU OVÓCITO, E DO MASCULINO, OU ESPERMATOZÓIDE. PODE SER FEITO DE DUAS FORMAS:
1.- FIV CONVENCIONAL: no meio de cultivo onde se encontram os ovócitos é inserida uma quantidade controlada de espermatozóides, previamente tratados e capacitados.
Passadas 17 horas, é avaliada a fecundação, e os embriões resultantes são mantidos em cultivo, controlando e avaliando diariamente o seu desenvolvimento, até ao momento da transferência.
2.- ICSI, OU MICRO-INJEÇÃO ESPERMÁTICA: depois de “despir” ou libertar cada ovócito das camadas de células que o rodeiam, ao microscópio, é inserido um espermatozóide selecionado segundo a sua mobilidade e morfologia no seu interior, sem causar nenhuma lesão durante o processo. É obrigatório nos casos de esterilidade de causa masculina moderada ou severa, nos quais a qualidade dos espermatozóides é muito reduzida, e é opcional e bastante comum nas restantes indicações de FIV.
Nos dias seguintes serão avaliados quantos ovócitos foram fecundados, bem como a evolução dos embriões resultantes através de técnicas de pontuação de qualidade embrionária.
Dependendo das circunstâncias de cada caso, a transferência embrionária pode ser realizada aos 2, aos 3 ou aos 5 dias da punção folicular.
A transferência embrionária consiste em colocar um ou mais embriões na cavidade uterina, esperando que aconteça a implantação e a gravidez. É uma técnica geralmente simples que não requer anestesia, mas é muito importante que seja realizada com especial cuidado uma vez que disso depende em grande medida que o embrião chegue nas melhores condições ao útero.
É realizada com um catéter desenhado especialmente para a técnica, e não é agressivo para o útero, com controlo ecográfico para assegurar a colocação correta do embrião ou embriões no útero. É realizado em condições de assepsia e depois de um curto período de repouso, a paciente recebe alta.
Cada vez mais é normal a transferência de um único embrião para evitar as gestações múltiplas, pelo que é crucial ter uma equipa com grande experiência para realizar a melhor seleção possível desse embrião, e transferi-lo nas melhores condições possíveis. Em alguns casos, é assumida a transferência de dois embriões, assumindo-se um risco de gestação múltipla. Na clínica nunca recomendamos a transferência de 3 embriões, uma vez que aumenta bastante o risco de gestação múltipla e não a taxa de gravidez.
Se tiverem sido gerados mais embriões do que os necessários para a transferência, estes serão criopreservados, desde que satisfaçam os requisitos mínimos de qualidade.
A taxa de gravidez de um ciclo de FIV/ICSI supera os 50%, mas depende muito da idade da mulher e das circunstâncias de cada casal. A taxa de gravidez acumulada chega aos 70%.
A principal dificuldade da FIV/ICSI é a gestação múltipla; no caso de tal acontecer, constitui um risco elevado de complicações na gestação, especialmente se for prematura, o que leva a elevados índices de morbilidade e, inclusivamente, mortalidade perinatal.
A gravidez resultante de um ciclo de FIV/ICSI decorre como qualquer outra gravidez e não está isenta de algumas complicações, tais como o aborto ou a gestação ectópica.
Esta técnica permite, depois de uma fecundação “in vitro”, o cultivo de embriões até ao estádio de desenvolvimento “in vitro” mais avançado: o blastócisto.
A principal vantagem é uma melhor seleção embrionária, o que reduz o número de embriões a transferir e a probabilidade de gravidez múltipla, além de sincronizar a recetividade endometrial com o desenvolvimento embrionário.
Para a realizar com garantia, é muito importante ter uma equipa de embriologistas com experiência, e incubadoras de alta tecnologia como aquelas que temos na Clínica NIDA.
Nos casos em quee não sejam encontrados espermatozóides na ejaculação, a recuperação dos mesmos pode ser realizada por diferentes métodos cirúrgicos, desde que exista produção no testículo.
Se o resultado da intervenção for satisfatório, ou seja, no caso de serem encontrados espermatozóides, estes são criopreservados e armazenados como amostras valiosas para a sua utilização posterior nos ciclos de fecundação “in vitro” com micro-injeção espermática.
A técnica requer a colaboração entre o urologista e o laboratorio de andrologia, para congelar de imediato os espermatozóides obtidos.
A probabilidade de recuperar espermatozoides com estas técnicas varia consideravelmente segundo a patologia particular de cada paciente. Nas azoospérmias obstrutivas, chega aos 95% dos casos, enquanto que em azoospérmias secretoras esta probabilidade baixa até aos 50%.